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Reabilitação

O ser humano, a cada estágio do desenvolvimento, sofre impactos no âmbito emocional, físico, social e psicológico. Para Vygotsky (1956), esses são princípios para o desenvolvimento das funções mentais superiores, pois esses impactos geram mudanças funcionais. Para ele, o cérebro não é responsável pelos processos mentais, mas os estímulos recebidos do meio ambiente. Para Luria (1958), o desenvolvimento da linguagem é resultado da interação entre mãe e bebê, e essa interação é requisito básico para o desenvolvimento das estruturas neurolinguísticas no cérebro.

Mas, como o meio ambiente pode influenciar no desenvolvimento das estruturas e funções cerebrais?

De acordo com Glozmam (2014):

Um imenso fluxo de sinais visuais, auditivos, olfativos, gustativos e táteis influencia o cérebro do recém-nascido e faz com que intensifique seu trabalho. Todos esses efeitos induzem o cérebro a amadurecer as conexões interneurais e intersistemas que correspondem às condições do meio externo e interno são vivenciados pela criança depois do nascimento. A reestruturação do cérebro é mais ativa nas primeiras oito a doze semanas de vida, nas quais os sistemas funcionais básicos do cérebro são formados.

É nesse fluxo de sinais e novas redes neuronais que o cérebro se adapta às novas condições do meio ambiente. Isso significa que o cérebro tem capacidade de adaptação aos estímulos. Essa capacidade é chamada de neuroplasticidade. A falta de estímulos nos primeiros anos de vida compromete o neurodesenvolvimento da criança e sua capacidade cognitiva, mental, emocional e motora.

Pai ensinando seu filho a manusear, com cuidado, a faca.

Glozmam também defende que o sistema sensorial mal estimulado gera desenvolvimento anormal das funções sensoriais. Pode-se observar a importância dos estímulos precoce no caso do Menino Selvagem de Paris, paciente do Dr. Itard. Bastou a criança ser estimulada corretamente que houve um progresso no desenvolvimento, deixando de ser selvagem em nove meses. Outro ponto importante é o afeto. A ausência de carinho, de aconchego, da voz afetuosa provoca desequilíbrio emocional e causa prejuízo para o desenvolvimento psicológico, acarretando falta de autoestima, insegurança, medo, sentimento de solidão e abandono. Sendo assim, como a arteterapia poderá ser utilizada na reabilitação? Vejamos.

O garoto selvagem.

Arteterapia

De acordo com Francisquette (2011), a arteterapia passou a ser considerada em São Paulo/Brasil, no hospital Juquery, por meio do trabalho de um médico psicanalista, Dr. Osório César, que criou a Escola Livre de Artes Plástica dentro do hospital em 1925. A Psiquiatra Nise da Silveira inovou com a arteterapia e a terapia expressiva em 1946. O método substituiu os tratamentos mentais convencionais.

Philippini (2004) define a arteterapia como uma prática terapêutica integrada a outros saberes como educação, saúde e arte. O objetivo da arteterapia é resgatar os processos de autocontrole, autoconhecimento; é um método que estimula a comunicação, a memória, a coordenação e outras habilidades cerebrais. O desenho é muito utilizado na arteterapia, pois favorece a percepção, a coordenação, a atenção, concentração, exercita o raciocínio e as emoções. Tem sido utilizada como técnica de inclusão e resgate da autoestima, ressignificação da vida e reabilitação. Para Monteiro (2002), “o bem-estar subjetivo pode ser definido como o grau em que o indivíduo julga favoravelmente a qualidade de vida a partir de elementos cognitivos e afetivos”.

O bem-estar envolve a saúde física e mental. Esse equilíbrio estabiliza os relacionamentos sociais, as relações interpessoais e intrapessoal. Também está associado à limitação pelo envelhecimento, pela deficiência ou amputações (acidentes). A terapia consiste em reorganizar esse equilíbrio e resgatar a saúde. Como se estudou, o primeiro passo é a aceitação, o segundo é a ressignificação da vida. No primeiro momento, há uma negação, uma resistência à aceitação, mas é preciso estimulação positiva. É comum ouvir frases como “não vou conseguir”, “a vida acabou”, mas, com o tempo e estimulação da aceitação e da ressignificação da vida, essas pessoas reorganizam as estruturas mentais.

Dançaterapia

A dançaterapia também tem sido muito utilizada para resgatar o valor da vida, do bem-estar, da autoestima, da percepção do corpo, da lateralidade, coordenação, equilíbrio motor e emocional.

A dançaterapia começou a ser utilizada por psicólogos para estimular a socialização e novas descobertas do corpo. Fux (1982) assim descreveu a dançaterapia: “a dança terapêutica busca resgatar o significado do corpo, antes limitado pela deficiência, transformando-o num instrumento de autoaceitação e inclusão social, pois parece despertar áreas adormecidas que se expressam, promovendo o bem-estar”. 

De acordo com a Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), o objetivo da dançaterapia visa valorizar as habilidades e as potencialidades de casa pessoa por meio do movimento de descobrir sua capacidade de se expressar, de relacionar-se com os pares; oportunidade para explorar a linguagem e aumentar o repertório linguístico, a comunicação não verbal, a reestruturação da imagem, o resgate da autoestima e a percepção dos próprios sentimentos.

Na AACD, a terapia é utilizada em três momentos: introspecção (a atividade é voltada para o próprio corpo); Atividade Terapêutica (atividade voltada para percepção do corpo, dos sentimentos e sensações); e Finalização (reflexão sobre a atividade).

Terapia aquática

A aquaterapia e equonoterapia são muito utilizadas na intervenção de pessoas com TEA, Down, deficiências sensoriais, motoras, dentre outras.

O ambiente da terapia aquática precisa ser acolhedor para o paciente e que proporcione ao paciente confiança emocional, confiança científica e bem-estar. Assim, a terapia precisa ser planejada, organizada para que o ambiente favoreça o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocional, social e proporcione a inclusão do paciente. Os benefícios da terapia aquática são diversos, mas principalmente as relações sociais, as relações cognitivas, emocionais que são fundamentais na formação da personalidade do sujeito e sua inclusão social, logo, os benefícios são voltados para o desenvolvimento do desenvolvimento global do sujeito. Esse método de terapia é muito utilizado no desenvolvimento de pessoas com Autismo. De acordo com a ONU (2015), existem aproximadamente 70 milhões de pessoas com TEA no mundo. No Brasil, essa estatística, em 2011, estava em, aproximadamente, 600 mil pessoas, hoje, esse número é muito maior, de acordo com a Revista da Universidade de São Paulo – USP ¹, o Brasil tem 2 milhões de Autistas.

A terapia aquática promove a estimulação neurossensorial, neuromotora, psicoemocional, a socialização, a aprendizagem, a inteligência, o pensamento lógico, o planejamento, a ação, o movimento, o equilíbrio, a autoestima, a autonomia, o controle esfíncter, controle inibitório, percepção, esquema e imagem corporal, desenvolve o tônus muscular, a atenção, concentração, a comunicação, dentre outros. Além de propiciar relaxamento e acalmar o paciente.

Esse método trabalha o desenvolvimento psicomotor de forma global de pessoa com Transtorno do Espectro Autista ou pessoas que apresentam atrasos no desenvolvimento motor, atraso na linguagem, atraso na comunicação, atraso cognitivo, dificuldades nas Funções Executivas e autonomia, dificuldades de interpretação de metáforas, disfunções sensoriais e motoras, comorbidades como deficiência intelectual, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, dentre outros.

Terapia no ambiente da Hípica

A terapia no ambiente da Hípica, é chamada de Equonoterapia, também apresenta muitos benefícios, principalmente para pessoas que precisam estimulação da fala, das emoções, da comunicação, da expressão corpórea, do equilíbrio, da imagem corporal, da lateralidade, da percepção de tempo e espaço, enfim, o contato com o animal estimula desenvolvimento global, mas, principalmente, das emoções e da empatia, da concentração e atenção.

O ambiente na hípica também precisa ser preparado para as estimulações necessárias, assim, não importa o tipo de terapia escolhida, todas precisam preparar o ambiente para as estimulações lúdicas e , não se pode perder o objetivo, que é o desenvolvimento das percepções do paciente. O tipo de terapia precisar ser agradável para o paciente e promover o desenvolvimento da estruturas e funções cerebrais. Além dessas modalidades, citadas anteriormente, também há a musicaterapia, que apresenta resultados fantásticos na integração sensorial auditiva, motora, raciocínio e emoção.

Então, diante de todas essas possibilidades, nosso intuito é mostrar que mesmo uma pessoa com atrasos, transtornos e deficiências pode ter seu desenvolvimento estimulado de forma agradável e lúdica. É importante lembrar que as cormobidades podem, ou não, vir acompanhada do TEA, pois há autistas com Altas Habilidades e com comprometimentos diferentes, cada caso é único. Por isso a avaliação é demorada e requer vários profissionais envolvidos no processo diagnóstico, porém somente o médico pode laudar, outros profissionais emitem relatórios para a equipe médica.

E então, qual dessas terapias você faz ou faria uso?
Ah, para saber mais sobre o curso de especialização com arteterapia e dançaterapia acesse aqui.

¹ disponível em (http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil)

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