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Análise do Desenho ou Teste Projetivo

Você sabia que Análise do Desenho ou Teste Projetivo é uma ferramenta que pode ser utilizada para avaliar, habilitar ou reabilitar uma pessoa? Sim, o desenho é uma expressão de comunicação não verbal, por isso pode ser utilizado para avaliar atitudes, pensamentos, sentimentos, nível cognitivo, nível psicológico e psicossocial, além de ser indicativo para algumas patologias.

De acordo com Luquet (1927), há quatro etapas para o desenvolvimento do desenho:

  • Realismo Fortuito – inicia por volta dos dois anos de idade e termina na etapa de Garatuja, quando a criança descobre que há relação entre o traçado e seu objeto;
  • Realismo Fracassado – começa entre 3 e 4 anos de idade. A criança procura reproduzir formas com sucesso e fracassos;
  • Realismo Intelectual – começa aos 4 anos de idade e segue até os 10 anos. A criança desenha não o que vê, mas o que sente; tenta desenhar em plano deitado, com transparência (representação real da imagem);
  • Realismo Visual – começa aos 12 anos de idade, o desenho assume novo perfil, a criança começa a desenhar a sua imagem e experiências vividas.

As fases do desenho, de acordo com Piaget, são:

1ª GARATUJAS
Período Sensório-Motor (0-2 anos de idade), a figura é inexistente, a criança utiliza a imaginação; por imaturidade da coordenação motora o desenho é desordenado.
2ª PRÉ-ESQUEMATISMO
Corresponde ao período pré-operatório (2-7 anos de idade). A criança consegue fazer relação entre desenho, pensamento e realidade. Porém, os desenhos ainda são dispersos. As cores não possuem relação com a realidade, mas com os sentimentos, a figura humana está relacionada com a maturação da percepção e desenvolvimento cognitivo.
3ª ESQUEMATISMO
Corresponde às operações concretas (7-12 anos de idade). A criança começa a expressar suas experiências, a percepção começa a amadurecer, utiliza a linha como base e começa a perceber o espaço, o conceito de figura humana, mas ainda apresenta exageros, omissões e as cores são relacionadas ao estado de emoção.
4ª REALISMO
Corresponde também às operações concretas, é a fase da transição das operações concretas para a formal. Nesta fase, a criança apresenta noção de espaço, abandona as linhas como base, a figura humana apresenta roupas e formas.
5ª PSEUDONATURALISMO
Corresponde a fase formal (+ de 12 anos de idade). Nesta fase, o adolescente não utiliza o abstrato e o desenho espontâneo. O desenho segue a personalidade, utilizam formas da sua personalidade, o visual está relacionado com a realidade e suas emoções. O desenho assume a comunicação sem palavras, expressa sentimentos, inteligência e nível da maturação neurológica.

Já na Teoria de Lowenfeld (1970), o desenho infantil segue as seguintes fases:

1ª GARATUJAS (2-4 anos de idade), são aqueles rabiscos.
2ª PRÉ-ESQUEMATICA (4-7 anos de idade), a criança começa a utilizar representações simbólicas.
3ª ESQUEMATICA (7-9 anos de idade), a criança começa a apresentar conceitos de formas.
4ª REALISMO (9-12 anos de idade), a criança começa a utilizar os detalhes no desenho.
5ª PSEUDOREALISMO (+12 anos), o adolescente se preocupa com a perfeição e a profundidade do desenho, o que torna esse desenho mais elaborado.

Além disso, é necessário observar a coloração utilizada na pintura. Para Dondis (2003), a percepção da cor é muito importante. Veja-se:

A percepção da cor é o mais emocional dos elementos específicos do processo visual, ela tem grande força e pode ser usada com muito proveito para expressar e intensificar a informação visual. A cor não tem apenas um significado universalmente compartilhado pela experiência, mas também um valor informativo específico, que se mostra por meio dos significados simbólicos a ela vinculados. Além do significado cromático extremamente permutável da cor, cada um de nós tem preferências pessoais por cores especificas.

O estudo de Dondis dá destaque à rotulação, visto que é comum rotular as cores e os desenhos sem considerar a percepção, que é única e tem tempo diferenciado das outras pessoas. Nesta pesquisa, foi observado que, para uns, o cinza representava angustia e, para outros, era o preto quem tinha essa representação. Para alguns, o azul representava cansaço e, para outros, alegria.

A avaliação do desejo deve considerar também o espaço utilizado, o traço, o tamanho, os detalhes. No entanto, não se pode esquecer de considerar a idade da pessoa, pois a idade indica a maturação do sistema nervoso, do desenvolvimento cognitivo e psicológico. A criança brinca para reviver momentos felizes ou para elaborar seus traumas. O desenho é um dos instrumentos que o profissional poderá utilizar para avaliação da subjetividade, ou seja, no desenho e na brincadeira a criança revela dados importantes do seu dia a dia, dos seus impulsos inconscientes e da sua personalidade.

A avaliação projetiva (desenho) serve para detectar bloqueios emocionais, dificuldades de aprendizagem causadas pelo influencia psicológica dentre outros. Segundo Freud, os mecanismos de defesa são proteções inconscientes do ego para bloquear tudo que possa gerar sofrimentos, angústias, solidão, esses mecanismos são encontrados em todos os seres humanos; segundo ele, são mecanismos saudáveis, porém, em excesso, podem demonstrar um problema psicológico. Os mecanismos de defesa são vários, mas serão citados três:

  1. Sublimação: é um deslocamento ou alteração dos impulsos do ID desviando para comportamentos aceitáveis socialmente. A criança sádica sublima seus impulsos para a sala de aula, um exemplo é gostar de pesquisar estrutura fisiológica de um animal.
  2. Recalque: é o ato de expulsar da consciência tudo que é inaceitável, ele é automático. O recalque volta a aparecer em atos falhos, sonhos e lapsos de linguagem. Na educação, a criança pode bloquear a construção do conhecimento por não se relacionar bem com o professor, pela transferência também não gostará da matéria que aquele ensina.
  3. Transferência: é o ato de transferir sentimentos como o amor ou ódio para outra pessoa no relacionamento. A transferência na aprendizagem é muito importante, por meio dela o aluno gostará do professor ou irá odiá-lo, isso dependerá do seu relacionamento familiar, pois essa é a fase em que criança transfere seus sentimentos para o professor e para a matéria que este ensina; se houver amor familiar, o aluno transferirá esse amor para o professor e para a matéria. Segundo Freud, a pessoa aprende a amar algo por amor a alguém.

Neste teste, o Psicanalista terá foco nas projeções, nos mecanismos de defesa, no inconsciente projetado no desenho, como o avaliado se sente na família, na escola e com os colegas e como ele se relaciona com o professor, além do nível de desenvolvimento emocional e cognitivo. O Psicopedagogo também utilizará os mesmos desenhos, mas com foco no desenvolvimento cognitivo, socioemocional, comunicação, socialização, desenvolvimento psicomotor, dentre outros. Esses dados são muito importantes na construção da aprendizagem, nas dificuldades de aprendizagens, seus bloqueios, etc.

De acordo com Freud, a forma como a criança faz a transferência do amor de mãe para o professor, ou a indiferença entre mãe-filho (se essa criança não recebeu amor de mãe) impactará no relacionamento com a disciplina, o professor e a aprendizagem ou em dificuldade de aprendizagem, todas essas informações subjetivas (emocionais) podem ser indicadores de uma dificuldade de aprendizagem ou de socialização. O teste projetivo serve para avaliar:

  • O estado emocional da criança – pelas cores e estilística do desenho;
  • O nível intelectual em que se encontra;
  • A maturação da percepção visual;
  • O nível de socialização da criança e quais patologias estão relacionadas; e
  • A psicomotricidade – coordenação motora e patologias relacionadas, dentre outros.

Tipos de desenhos sugeridos por idade:

  • 4 Anos: desenho em episódios.
  • 6 Anos: os quatro momentos do dia; a família; o dia do meu aniversário; minhas férias; fazendo o que mais gosto.
  • 7 Anos: atividades anteriores; Eu e meus amigos.
  • Mais de 8 anos: atividades anteriores e a planta da minha casa, a planta da minha sala de aula.

Estes testes projetivos, indicados para crianças, também podem ser utilizados com adolescentes e adultos, mas o nível do desenho será outro e as observações do terapeuta também, além da técnica de avaliação, o desenho também pode ser utilizado para estimular a memória, a atenção, a concentração, coordenação, a comunicação e a linguagem, a socialização e reabilitação de pessoas que perderam as habilidades motoras, a memória ou atenção, enfim, o desenho tanto pode ser avaliativo como terapêutico.

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Até o próximo artigo!

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