Dificuldades da Aprendizagem e Altas Habilidades

Quando falamos em Dificuldades de Aprendizagem há pessoas que confundem o termo com disfunção. Dificuldade pode ser gerada por diversas causas, ou seja, de origem emocional, social, psicológica e biológica, e pode ser passageira ou permanente. Mas como assim?

A dificuldade passageira está relacionada a algo superável; a dificuldade permanente está relacionada com algo que se aprende a lidar, mas é permanente, vamos aos exemplos:

a) Dificuldade Passageira – o aprendiz não tem empatia pelo professor e, por isso, não gosta da disciplina, apresenta dificuldade em assimilar o conteúdo. A Psicanálise explica que esse fato é causado por Mecanismos de Defesas, sabendo disso, é importante identificar a origem do problema e ajudar o aprendiz a superar a dificuldade de aprendizagem e a questão da transferência.

b) Dificuldade Permanente – Déficit ou Transtorno no Processamento Auditivo (TPA) é uma disfunção no processo que faz a informação auditiva chegar ao córtex e promover o processamento cognitivo, em outras palavras, utilizando dois celulares como exemplo, um de última geração, com processamento rápido, e o outro com o processamento mais lento, ambos processam a informação, mas em tempos diferentes. A pessoa com TPA vai demorar um pouco mais para processar a informação, mas vai processar, logo, a dificuldade dela não é passageira, mas ela pode aprender a lidar com seu tempo e estimular o fortalecimento das redes neurais, por meio da neuroplasticidade e melhorar seu processamento. Assim, como tem o processamento lento, há o processamento rápido. É o caso de pessoas com altas habilidades e superdotação, nesse caso, a aprendizagem é rápida e eles não têm paciência para com pessoas que não tenham o mesmo nível de rapidez no processamento da aprendizagem.

Ao proceder a Avaliação da Dificuldade de Aprendizagem, o profissional precisa ser apto a identificar transtornos cognitivos, socioemocionais e motores. É importante destacar que a avaliação tem por objetivo identificar a dificuldade de aprendizagem para possa planejar a melhor forma de eliminar ou minimizar esse problema. Também é importante identificar a forma de aprendizagem do aprendiz (estilo de aprendizagem), habilidades fortes e fracas, para assim, estipular as necessidades de estimulações, tempo de estimulação, o que se deseja alcançar, como alcançar, como fará para alcançar as metas e o objetivo, a forma como será avaliado o progresso de desenvolvimento e inclusão do aprendiz, dentre outros.

Quando se fala em estimulação, há que se pensar no processo de aprendizagem no cérebro, como é o processo da informação, da linguagem, da escrita, dos raciocínios lógico e matemático, o processo envolvendo as funções executivas, motoras e emocionais, e, assim, identificar as áreas que esses processos percorrem para promover a aprendizagem e saber como estimular as áreas onde o fluxo neural é baixo, o que é conhecido como neurorreabilitação e neuroplasticidade.

As pessoas com altas habilidades e superdotação também apresentam dificuldades, não são de dificuldades de aprendizagem, mas de socialização e motivação para permanecer na escola. O conteúdo não é atrativo e a ansiedade aumenta, levando algumas pessoas à evasão escolar. É importante saber estimular e utilizar estratégias na intervenção da pessoa Superdotada ou que possua Altas Habilidades. Identificar essas habilidades é essencial para seu progresso e inclusão escolar, social e no mercado de trabalho.

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